No que se refere à questão nacional, os bolcheviques da Transcaucásia e da Geórgia, ao longo de sua trajetória, travaram uma luta intransigente contra o nacionalismo burguês dos mencheviques e contra os partidos nacionalistas — os federalistas e os dashnaks — bem como contra todas as formas de desvio nacionalista dentro de suas próprias fileiras.
O camarada Stálin conduziu uma colossal luta de importância histórica contra os mencheviques georgianos no que se refere à questão nacional.
Como se sabe, os mencheviques georgianos agitavam a palavra de ordem reacionária e nacionalista de uma autonomia cultural nacional para as nacionalidades do Cáucaso, em contraposição ao princípio bolchevique do “direito das nações à autodeterminação e à existência política independente”. O programa de autonomia cultural-nacional, herdado pelos mencheviques dos social-democratas austríacos (mencheviques) e do Bund, assentava-se numa concepção liberal-monarquista e constitucionalista da solução para a questão nacional na Rússia.
Como a autonomia cultural nacional não tocava nas bases materiais do sistema burguês-latifundiário, ela mantinha intacto o controle econômico e político nas mãos dos latifundiários e da burguesia da nação dominante — a grande Rússia. E, caso tal política tivesse sido implementada, teria transformado a Transcaucásia em um campo de sangrentos conflitos entre nacionalidades.
A obra “Marxismo e a Questão Nacional e Colonial“, de Stálin, escrita durante seu exílio no exterior, foi publicada em 1913.
Lênin foi o primeiro a reconhecer a imensa importância dos trabalhos teóricos do camarada Stálin sobre essa questão. Em 1913, Lênin escreveu a Gorky:
“Com relação ao nacionalismo, concordo plenamente contigo de que é necessário estudá-lo com mais seriedade. Temos um georgiano maravilhoso que se dedicou com afinco ao trabalho e está redigindo um importante artigo para o Prosvshcheniye [Renascimento], depois de coletar todos os dados Austríacos e demais.”(1)
Mais adiante, Lênin escreveu:
“Na literatura teórica marxista, essa situação e os princípios da questão nacional no Programa da social-democracia já foram recentemente esclarecidos (aqui, o artigo de Stálin ocupa o primeiro lugar).”(2)
Em sua obra “Marxismo e a Questão Nacional e Colonial“, o camarada Stálin apresenta uma exaustiva análise das razões pelas quais este debate ganhou tanta proeminência naquele período:
“O período de contrarrevolução na Rússia trouxe consigo não apenas ‘trovões e relâmpagos’, mas também o desalento no movimento e a perda de fé nas forças da base. Enquanto o povo acreditava em ‘um futuro radioso’, lutava lado a lado, independentemente da nacionalidade: as questões comuns vinham em primeiro lugar! Contudo, quando a dúvida penetrou nos corações do povo, começaram a se dispersar, cada qual recolhendo-se à sua ‘tenda nacional’. Que cada homem contasse apenas consigo mesmo! A ‘questão nacional’ passou a vir em primeiro lugar!
Ao mesmo tempo, um abalo profundo ocorria na vida econômica do país. O ano de 1905 não havia sido em vão: mais um golpe havia sido desferido contra os resquícios do servilismo nas zonas rurais. A sucessão de boas colheitas após os anos de fome, somada ao impulso industrial que se seguiu, fomentou o avanço do capitalismo. A diferenciação dos camponeses, o crescimento dos centros urbanos, o desenvolvimento do comércio e dos meios de comunicação deram um grande salto adiante. Isso se aplicava, em particular, às regiões fronteiriças. E tal processo não poderia deixar de acelerar a consolidação econômica das nacionalidades da Rússia. Elas estavam destinadas a entrar em movimento.
[...] O ‘regime constitucional’ estabelecido à época também contribuiu para fomentar as nacionalidades. A difusão de jornais e da literatura em geral, uma certa liberdade de imprensa e de instituições culturais, o aumento no número de teatros nacionais e assim por diante, tudo isso contribuiu, sem sombra de dúvida, para fortalecer os ‘sentimentos nacionais’.”(3)
A Duma, com suas campanhas eleitorais e grupos políticos, abriu novas oportunidades para uma maior atividade das nacionalidades, oferecendo-lhes um novo e amplo campo de mobilização.
Na obra “Marxismo e a Questão Nacional e Colonial“ (1913), o camarada Stálin fundamentou teoricamente a posição bolchevique sobre a questão nacional e demoliu por completo o programa menchevique de autonomia cultural nacional:
“A autonomia cultural nacional [...] enclausura as nações em seus antigos casulos, acorrenta-as aos estratos inferiores da cultura, impedindo-as de ascender aos patamares superiores [...] além de retardar o desenvolvimento das nações atrasadas, transforma a autonomia regional em uma fonte de conflitos entre as nações organizadas nas uniões nacionais.
Assim, a autonomia cultural nacional, que é, em geral, inadequada, seria uma aventura reacionária sem sentido no Cáucaso.”(4)
Nas fileiras dos bolcheviques da Geórgia e da Transcaucásia, no período pré-soviético, existiam, por um lado, elementos do Partido com uma atitude liberal-conciliadora diante do programa nacionalista menchevique sobre a questão nacional, e, por outro lado, uma negação “esquerdista” pequeno-burguesa do princípio leninista do direito das nações à autodeterminação (dirigida pelo camarada Filipp Makharadze). Nas organizações comunistas da Transcaucásia, a luta contra os desvios nacionalistas se intensificou de forma particularmente amarga após a consolidação do poder soviético.
A oposição nacional-desviacionista dentro das fileiras do Partido Comunista da Geórgia surgiu e se estruturou em 1921. Durante todo o período de 1921 a 1924, os desviacionistas nacionalistas georgianos travaram uma feroz batalha contra a política nacional leninista-stalinista do nosso Partido.
Esses desviacionistas nacionalistas foram severamente criticados, derrotados e esmagados nos 2º e 3º Congressos do Partido Comunista da Geórgia, nos 2º e 3º Congressos das organizações comunistas da Transcaucásia, e no 12º Congresso do Partido Comunista da União Soviética (PCU(B)).
Em 1924, um número considerável desses desviacionistas nacionalistas aderiu à oposição antipartidária trotskista que então se formava.
O grupo dirigente dos desviacionistas nacionalistas georgianos incluía Filipp Makharadze, Polikarp Mdivani, Sergey Kavtaradze, M. Okujava, M. Toroshelidze e K. Tsintsadze.(5)
Não se pode deixar de recordar que, mesmo durante o período de preparação para a Grande Revolução Socialista de Outubro e ao longo dela (de abril de 1917 até 1918), esses elementos adotaram uma postura oportunista de direita, seguindo a linha traiçoeira da Direita na Revolução de Outubro, ao se oporem ao plano de Lênin de transformar a revolução democrático-burguesa em revolução socialista.
Eles propagavam a concepção menchevique de que a democracia revolucionária deveria exercer controle sobre o Governo Provisório burguês, pressionando-o, bem como aos governos das potências beligerantes, no sentido de se alcançar uma rápida paz.
Após o Golpe de Kornilov, apoiaram a palavra de ordem dos mencheviques transcaucasianos pela transferência do poder à “democracia revolucionária” — que, na prática, servia como disfarce para a contrarrevolução burguesa.
Nesse contexto, o camarada Stálin traçou um quadro extraordinariamente vívido e convincente da situação revolucionária que se desenrolava na Transcaucásia. Na Pravda, de 27 de março de 1918, escreveu o camarada Stálin:
“Os soldados transcaucasianos que regressaram da frente espalharam a revolução agrária pelas aldeias. As propriedades dos latifundiários muçulmanos e georgianos foram consumidas pelas chamas. Os alicerces das sobrevivências feudais foram vigorosamente atacados pelos soldados-camponeses ‘bolchevizados’. Evidentemente, as promessas vazias do Comissariado da Transcaucásia de entregar terras aos camponeses já não satisfaziam os que estavam imersos na onda agrária. A situação exigia ação, mas uma ação revolucionária, e não contrarrevolucionária.
E os operários não ficaram à margem dos acontecimentos.
Em primeiro lugar, a revolução que avançava do Norte e trazia conquistas significativas para os trabalhadores, o que, naturalmente, impulsionou os operários transcaucasianos a retomarem a luta. Até mesmo os operários da adormecida Tíflis — bastião da contrarrevolução menchevique — começaram a abandonar o Comissariado da Transcaucásia e a se posicionar em favor do poder soviético. Em segundo lugar, após o triunfo dos soviéticos no Norte do Cáucaso, que fornecia grãos Durante a ocupação de Tíflis pelas tropas de Kaledin e Philimonov, a escassez de alimentos só se agravou, o que naturalmente provocou uma série de “marchas da fome” — o revolucionário Norte do Cáucaso se recusou categoricamente a fornecer mantimentos à contrarrevolucionária Tíflis. Em terceiro lugar, a ausência de moeda corrente (dinheiro simbólico não pode substituir moeda real) desorganizou a vida econômica e, sobretudo, o transporte ferroviário, o que agravou significativamente o descontentamento das massas urbanas.
Por fim, a proletária e revolucionária Baku — que desde os primeiros dias da Revolução de Outubro havia reconhecido o poder soviético e lutado constantemente contra o Comissariado da Transcaucásia — não permitiu que o proletariado transcaucasiano permanecesse adormecido. Ao contrário, Baku serviu como exemplo contagiante e farol vivo, iluminando o caminho rumo ao socialismo.
Todos esses fatores, reunidos, não poderiam senão conduzir à revolucionarização de toda a situação política na Transcaucásia.
Por fim, a situação chegou a tal ponto que até mesmo os regimentos nacionalistas ‘mais confiáveis’ começaram a se desmoralizar e passaram para o lado dos bolcheviques.”(6)
Os bolcheviques de Baku aproveitaram ao máximo a situação revolucionária no início de 1918.
Com a ajuda e orientação de Lênin e Stálin, os bolcheviques de Baku, dirigidos por Stepan Shaumian e A. Japaridze, saíram vitoriosos na revolução proletária.
Em abril de 1918, o proletariado de Baku enfrentou em luta armada a contrarrevolução Mussavat-Balakhan e estabeleceu o poder soviético (a Comuna de Baku).
Entretanto, a direção oportunista de Tíflis — o camarada Makharadze, Polikarp Mdivani, M. Okujava, M. Toroshelidze e outros — ignorando as instruções de Lênin e Stálin, recusou-se categoricamente a preparar ou levar adiante uma luta armada pelo poder na Geórgia e na Transcaucásia. De fato, entregaram o arsenal de Tíflis aos mencheviques, recusaram-se a fazer agitação pelo poder soviético entre os soldados e a mobilizar os soldados revolucionários da frente caucasiana para lutar pela derrubada do bloco de partidos contrarrevolucionários da Transcaucásia (mencheviques, dashnaks, mussavatistas),(FT-10) os quais haviam tomado o poder após a Revolução de Fevereiro.
Após a Revolução de Outubro, esses elementos passaram a propagar a palavra de ordem de uma transferência pacífica de poder aos sovietes, e esforçaram-se para convencer os mencheviques e socialistas-revolucionários a reconhecer o poder soviético.
Este grupo (dos desviacionistas nacionalistas georgianos) definiu sua posição em uma proclamação do Comitê Territorial Caucasiano do POSDR (Bolcheviques), nos seguintes termos:
“Há vários dias, a burguesia contrarrevolucionária e os partidos defensistas dos mencheviques e socialistas-revolucionários vêm espalhando boatos provocativos no sentido de que os bolcheviques estão se preparando para agir.
Nosso Partido declarou, de forma clara e enfática, que os bolcheviques em Tíflis não estão empreendendo nenhuma ação.
[...] Nem um tiro! Nenhuma bala deve atravessar o peito de um operário, o peito de um soldado.
Sempre estivemos convencidos de que a questão em torno da qual surgiu o conflito poderia ter sido resolvida pacificamente.
E agora temos a certeza de que toda essa questão pode ser resolvida sem conflitos sangrentas.
[...] Mais uma vez declaramos, diante dos soldados, operários e cidadãos, que os bolcheviques não estão contemplando nenhuma ação em Tíflis. Não há absolutamente nenhuma justificativa para ação armada, especialmente neste momento, em que o Governo dos Operários e Camponeses cresceu forte, poderoso, e foi reconhecido pela esmagadora maioria da democracia russa.”
Devido às táticas traiçoeiras desse grupo dirigente, os bolcheviques da Geórgia falharam em aproveitar a favorável conjuntura revolucionária do final de 1917 para tomar o poder.
Os desviacionistas nacionalistas lançaram seu primeiro ataque contra a política nacional de nosso Partido em 1921, no contexto da unificação das ferrovias da Transcaucásia, da fusão das Juntas de Comércio Exterior das repúblicas individuais e da liquidação dos postos alfandegários e de inspeção nas fronteiras entre as repúblicas soviéticas da Transcaucásia.
A vitória da revolução socialista soviética, a instauração do poder soviético e a necessidade imperiosa de esforços conjuntos para restaurar a economia nacional e construir o socialismo colocaram de imediato a questão de como estabelecer uma paz nacional duradoura e uma colaboração fraterna estreita entre os povos da Transcaucásia. Por isso, medidas preliminares foram tomadas, ainda em 1921, visando a unificação econômica das repúblicas transcaucasianas.
No dia 9 de abril de 1921, Lênin emitiu instruções diretas para a criação de um órgão econômico regional para as repúblicas da Transcaucásia.
Em resposta ao informe do camarada Sergo Ordjonikidze sobre a difícil situação econômica das repúblicas da Transcaucásia, Lênin respondeu:
“Recebi sua mensagem cifrada sobre a situação desesperadora na Transcaucásia. Tomamos uma série de medidas, enviamos um pouco de ouro à Armênia e confirmamos as diversas instruções dadas ao Comissariado de Abastecimento de Alimentos.
Mas devo adverti-lo de que estamos com grandes necessidades aqui e não poderemos ajudar. Exijo urgentemente que seja criado um órgão econômico regional para toda a Transcaucásia [...], que sejam feitos esforços para adquirir sementes, inclusive no exterior, e que a irrigação no Azerbaijão avance com o auxílio dos recursos de Baku, para desenvolver a agricultura e a criação de gado. Também devem ser promovidos esforços para estimular o intercâmbio de bens com o Norte do Cáucaso.
Você e os camaradas georgianos compreenderam a importância de nossa nova política em relação ao imposto em alimentos? Leiam isso para eles e me enviem mais informações com frequência.”(7)
Durante o ano de 1921, apenas as ferrovias transcaucasianas e os Conselhos de Comércio Exterior puderam ser unificados, pois o grupo dos desviacionistas nacionalistas georgianos dificultou e atrasou de todas as formas a unificação econômica das repúblicas da Transcaucásia.
O principal obstáculo à fusão fraterna dos povos da Transcaucásia eram os resquícios do chauvinismo herdado do período dos governos nacionalistas contrarrevolucionários — os mencheviques, dashnaks e mussavatistas. Por isso, para unir os esforços das repúblicas da Transcaucásia na construção socialista conjunta, era necessário, antes de tudo, extirpar esses elementos de nacionalismo e discórdia nacional, criar uma atmosfera de confiança mútua e restaurar os antigos laços internacionais fraternais entre os povos da Transcaucásia.
Foi por essa razão que Lênin, em sua histórica “Carta aos Comunistas do Cáucaso“ (14 de abril de 1921), atribuiu uma importância excepcional ao estabelecimento da paz entre as nacionalidades:
“Permito-me expressar a esperança, — escreveu Lênin nessa carta, — de que essa aliança estreita das Repúblicas Soviéticas do Cáucaso sirva como modelo de paz nacional, de união [...] sem precedentes sob a burguesia e impossível sob o sistema burguês.”
O camarada Stálin, em seu informe “Sobre as Tarefas Imediatas do Comunismo na Geórgia e na Transcaucásia (Informe à Assembleia Geral da organização de Tiflís do PC da Geórgia – 6 de julho de 1921)”, afirmou que a luta implacável contra o nacionalismo era a principal tarefa política dos comunistas da Transcaucásia. Ele declarou:
“Lembro-me dos anos de 1905 a 1917, quando reinava uma solidariedade fraterna completa entre os operários e as camadas trabalhadoras das nacionalidades transcaucasianas em geral, quando laços de fraternidade uniam armênios, georgianos, azerbaijanos e russos numa só família socialista. Agora, ao chegar a Tíflis, fiquei estarrecido com a ausência daquela antiga solidariedade entre os trabalhadores das nacionalidades da Transcaucásia. O nacionalismo desenvolveu-se entre os operários e camponeses, e um sentimento de desconfiança para com os camaradas de outras nacionalidades cresceu fortemente: antianarmênio, antitártaro, antigeorgiano, antirrussos — todo tipo de nacionalismo está agora em voga. Os velhos vínculos de confiança fraterna estão rompidos, ou ao menos consideravelmente enfraquecidos. É evidente que os três anos de existência de governos nacionalistas na Geórgia (mencheviques), no Azerbaijão (mussavatistas) e na Armênia (dashnaks) não passaram sem consequências. Ao aplicarem suas políticas nacionais, ao agitarem entre os trabalhadores um espírito de nacionalismo agressivo, esses governos finalmente levaram a situação ao ponto em que cada um desses pequenos países se viu cercado por uma atmosfera hostil de nacionalismo. Essa atmosfera hostil privou a Geórgia e a Armênia do grão russo e do petróleo azerbaijano, e privou o Azerbaijão e a Rússia das mercadorias que passavam por Batum — para não mencionar os confrontos armados (como a guerra entre Geórgia e Armênia) e os massacres (entre armênios e tártaros). Tal é o resultado inevitável da política nacionalista. Não é de se estranhar que, nesse clima nacionalista venenoso, os antigos laços entre as nacionalidades tenham sido rompidos e que a consciência dos trabalhadores tenha sido envenenada pelo nacionalismo. E como as sobrevivências desse nacionalismo ainda não foram eliminadas entre os trabalhadores, essa circunstância — o nacionalismo — é o maior obstáculo à unificação dos esforços econômicos (e militares) das Repúblicas Soviéticas da Transcaucásia. Portanto, é tarefa imediata dos comunistas da Geórgia travar uma luta implacável contra o nacionalismo, restaurar os antigos vínculos fraternos entre as diversas nacionalidades — laços que existiam antes da chegada dos governos nacionalistas mencheviques — e assim criar uma atmosfera saudável de confiança mútua, condição indispensável para o esforço econômico conjunto das Repúblicas Soviéticas da Transcaucásia e para a revitalização econômica da Geórgia.”(8)
Essas instruções de Lênin e Stálin determinaram a formação da Federação Transcaucasiana.
Apesar da unificação das ferrovias e dos Conselhos de Comércio Exterior, as Repúblicas Soviéticas da Transcaucásia continuavam levando vidas isoladas. Cada uma possuía seu próprio sistema monetário, envolvia-se em barreiras alfandegárias e mantinha postos de controle nas fronteiras. Os desviacionistas nacionalistas transformaram a questão de fronteiras em objeto de disputa durante uma conferência especial de representantes oficiais da Geórgia, Armênia e Azerbaijão — reunião essa que procuravam conduzir segundo as normas da diplomacia burguesa tradicional.
No primeiro congresso do Partido Comunista da Geórgia, Polikarp Mdivani afirmou, sobre a questão das fronteiras:
“Quanto à delimitação de fronteiras, dissemos aos camaradas armênios que não havia disputas entre nós, mas que havia falta de clareza, e que por razões táticas seria melhor realizar um referendo nas regiões em disputa.”(9)
Em 2 de julho de 1921, o Birô Caucasiano do Comitê Central do Partido Comunista da Rússia (Bolcheviques) censurou pela primeira vez o desvio nacionalista de um grupo de camaradas georgianos. A ata da Plenária do Birô Caucasiano do Comitê Central do Partido Comunista da Rússia (Bolcheviques), dos dias 2 e 3 de julho de 1921, declara:
“Observando o desvio nacionalista manifestado na decisão sobre as questões do Conselho de Comércio Exterior, da delimitação territorial das repúblicas e da abolição dos postos alfandegários e de inspeção, o Birô Caucasiano instrui os Comitês Centrais dos Partidos Comunistas das Repúblicas da Transcaucásia a imprimirem com rigor sobre todos os representantes do Partido que é necessário abordar a solução dessas questões unicamente do ponto de vista dos interesses do laço fraternal que une as massas trabalhadoras dessas repúblicas.”(10)
Ao final de 1921, considerando que a colaboração econômica e política estreita entre as repúblicas transcaucasianas era impossível sem uma união política entre os Estados envolvidos, a questão da necessidade de uma Federação das Repúblicas da Transcaucásia foi levantada. Em 3 de novembro de 1921, a Plenária do Birô Caucasiano do Comitê Central do PCU(B), com a participação do camarada Molotov, Secretário do Comitê Central do Partido, adotou a seguinte resolução sobre o estabelecimento de uma federação das repúblicas transcaucasianas:
“A existência política isolada das Repúblicas da Transcaucásia as enfraquece diante dos países capitalistas e burgueses; uma união política estreita servirá como uma garantia confiável contra quaisquer tentativas por parte das forças contrarrevolucionárias e fortalecerá o poder soviético nas fronteiras do Oriente Próximo.
A unificação política permitirá às Repúblicas estabelecer uma verdadeira aliança econômica estreita entre si — aliança essa que se tentou construir diversas vezes. Além disso, a separação das Repúblicas agravou ainda mais a já difícil situação econômica da Transcaucásia, aprofundando a pobreza e a ruína das massas populares e fomentando uma série de mal-entendidos entre as Repúblicas. A Transcaucásia é uma unidade econômica única, e seu desenvolvimento só pode prosseguir mediante a unificação econômica de toda a região caucasiana.
Por fim, os numerosos Comissariados do Povo e outros escritórios governamentais nas Repúblicas consomem uma grande quantidade de força de trabalho e meios materiais, e criam paralelismos desnecessários nas atividades de vários órgãos. Portanto, o esforço conjunto na administração dos principais e mais importantes departamentos de atividade estatal fortalecerá e melhorará o funcionamento soviético.
Conforme o exposto, o Birô Caucasiano considera:
- Que é urgentemente necessário concluir uma união federativa entre as Repúblicas, principalmente nos domínios militar, econômico, financeiro e da política externa;
- Que é necessário estabelecer um centro administrativo e econômico para as Repúblicas Transcaucasianas (Conselho da União).”
Um grupo de desviacionistas (incluindo Polikarp Mdivani, Koté Tsintsadze, Filipp Makharadze, Sergey Kavtaradze, M. Okujava, M. Toroshelidze e L. Dumbadze) manifestou-se publicamente contra o estabelecimento da Federação Transcaucasiana. Esses desviacionistas procuraram fazer parecer que a federação das Repúblicas Transcaucasianas era uma imposição do Birô Caucasiano e do camarada Sergo Ordjonikidze em particular, e que Lênin e Stálin não apoiavam a ideia da Federação Transcaucasiana.
Mas é fato conhecido que os idealizadores e organizadores da Federação Transcaucasiana foram justamente Lênin e Stálin.
No seu informe ao 12º Congresso do Partido, o camarada Stálin, tratando da questão da formação da Federação Transcaucasiana, declarou:
“Em 28 de novembro de 1921, o camarada Lênin me enviou um esboço de sua proposta para a formação de uma Federação das Repúblicas Transcaucasianas. A proposta estabelece:
Reconhecer a Federação das Repúblicas Transcaucasianas como correta em princípio e absolutamente necessária quanto à sua realização, ainda que seja prematuro aplicá-la imediatamente na prática, ou seja, seria necessário um período de semanas para discussão e propaganda, bem como para que a medida seja implementada ‘de baixo para cima’;
Instruir os Comitês Centrais da Geórgia, Armênia e Azerbaijão a pôr em prática essa decisão.
Escrevi ao camarada Lênin sugerindo que não se apressasse com isso, que esperássemos um pouco, a fim de conceder aos quadros locais um período adequado para a implementação da Federação.
Escrevi-lhe: ‘Camarada Lênin, não me oponho à sua resolução, se concordar em aceitar a seguinte emenda: no lugar da expressão ‘seriam necessárias algumas semanas para discussão’, no Ponto 1, diga-se: ‘seria necessário um período adequado de tempo para discussão’, e assim por diante, conforme o espírito da sua resolução.
A questão é que, na Geórgia, é impossível ‘implementar’ uma federação ‘de baixo para cima’ segundo o ‘procedimento soviético’ em ‘algumas semanas’, já que os sovietes da Geórgia estão apenas começando a se organizar. Eles acabaram de ser construídos. Um mês atrás, eles sequer existiam, e convocar um Congresso de Sovietes ali em ‘algumas semanas’ é inconcebível; e, bem, uma federação sem a Geórgia seria uma federação apenas no papel. Penso ser necessário permitir dois ou três meses para que a ideia de federação triunfe entre as amplas massas da Geórgia.
O camarada Lênin responde: ‘Aceito essa emenda’. Essa decisão foi adotada pelo Birô Político no final de 1921 por unanimidade. A luta do grupo de comunistas georgianos, dirigido pelo camarada Mdivani, contra as instruções do Comitê Central sobre a federação remonta a esse momento. Camaradas, vejam: o caso não é como foi representado pelo camarada Mdivani. Cito esse documento contra essas insinuações indecentes feitas aqui por Mdivani.”(11)
Os desviacionistas georgianos protestaram repetidamente junto ao Comitê Central do Partido Comunista da Rússia (Bolchevique) contra a formação da Federação Transcaucasiana.
Em resposta aos apelos e queixas dos desviacionistas georgianos, o Comitê Central do Partido, sob a direção de Lênin e Stálin, reafirmou em 5 de abril de 1922 sua posição, aprovando mais uma resolução sobre a Federação Transcaucasiana. Essa decisão afirmava:
“A luta pelo fortalecimento da paz entre as nações e pela solidariedade fraterna das massas trabalhadoras da Transcaucásia continua a ser, como antes, a principal tarefa política do Partido Comunista. O Comitê Central, em particular, reafirma sua decisão sobre a Federação das Repúblicas da Transcaucásia, incumbindo o Partido Comunista da Transcaucásia de executar tal decisão incondicionalmente e sem reservas.”(12)
Sob a direção do Birô Caucasiano do Comitê Central do PCU(B), as organizações partidárias da Transcaucásia popularizaram a ideia da Federação entre as massas trabalhadoras, por meio do Partido, da União da Juventude Comunista (Komsomol) e das organizações sindicais, mobilizando-as em torno da ideia de unificação política das Repúblicas Transcaucasianas.
Em 12 de março de 1922, realizou-se uma conferência plenipotenciária dos Comitês Executivos Centrais da Geórgia, Azerbaijão e Armênia. Foi estabelecida, nesta conferência, a União Federativa das Repúblicas Socialistas Soviéticas da Transcaucásia. Um tratado federativo foi aprovado, estabelecendo a criação de um Conselho da União e de um Supremo Conselho Econômico, com base nos seguintes princípios:
A Federação Transcaucasiana, saudada com entusiasmo pelas massas trabalhadoras, encontrou feroz oposição por parte dos setores burgueses e aristocráticos, da intelligentsia chauvinista e dos remanescentes dos partidos soviéticos derrotados — mencheviques, dashnaks e mussavatistas.
Expressando esses sentimentos nacional-chauvinistas, a oposição desviacionista lançou um ataque feroz contra a Federação Transcaucasiana, exigindo sua dissolução e a incorporação direta da Geórgia à União Soviética.
Citemos dois documentos ilustrativos:
1. Em 15 de setembro de 1922, o Comitê Central da Geórgia, dirigido pelos desviacionistas, aprovou uma resolução com o objetivo de “preservar os atributos da independência”. Dizia o seguinte:
“A unificação, na forma de tornar as repúblicas independentes autônomas, conforme proposto nas teses do camarada Stálin, deve ser considerada prematura.
Considera-se necessário o esforço econômico conjunto e uma política comum, mas todos os atributos da independência devem ser preservados.”(14)
2. Em 21 de outubro de 1922, o Comitê Central da Geórgia adotou uma decisão mentirosa e contraditória de dissolver a Federação Com base no informe de Kote Tsintsadze sobre os resultados da visita de uma comissão especial a Moscou, decidiu-se o seguinte:
Um pequeno grupo dentro do Partido Comunista do Azerbaijão também se opôs à formação da federação, alegando que o momento ainda não era oportuno (R. Akhundov(16) e outros). Havia também opositores da federação nas fileiras do Partido Comunista do Azerbaijão (Bolchevique) — como Kadirly e outros — que se manifestaram abertamente exigindo a dissolução da República Socialista Soviética Federativa Transcaucasiana e a entrada direta do Azerbaijão na URSS.
O Partido Comunista do Azerbaijão, dirigido pelo camarada Kirov, rapidamente derrotou os desviacionistas nacionalistas!
O proletariado de Baku, fiel à bandeira internacionalista de Lênin e Stálin, ocupou as primeiras fileiras da luta pela formação de uma Federação Transcaucasiana forte.
A organização do Partido da Transcaucásia, sob a direção do camarada Sergo Ordjonikidze, desferiu um golpe esmagador no desviacionismo nacionalista e promoveu o estabelecimento de uma união federativa das repúblicas da Transcaucásia.
No final de 1922, um novo passo em direção ao fortalecimento da união econômica e política entre as repúblicas da Transcaucásia foi dado com a transformação da União Federativa das Repúblicas Transcaucasianas em uma única república federativa, a República Socialista Federativa Soviética Transcaucasiana (RSFST), cada república mantendo sua independência formal.
A RSFST tornou-se um fator poderoso na promoção da paz entre as nacionalidades, da colaboração fraterna entre os povos da Transcaucásia, e um instrumento essencial para a unificação de seus esforços na causa da construção socialista.
Apesar da decisão do Comitê Central do PCU(B) e das instruções de Lênin e Stálin, um grupo de desviacionistas georgianos (dirigidos por Polikarp Mdivani, Filipp Makharadze, Koté Tsintsadze, M. Okujava e outros), longe de cessar sua luta antipartidária, intensificou ainda mais a resistência contra a Federação Transcaucasiana.
O Comitê Central do PCU(B) foi, assim, obrigado a retomar a questão da federação. Citemos dois documentos:
1) Telegrama do camarada Stálin de 16 de outubro de 1922 ao Comitê Central do Partido Comunista da Geórgia (Bolchevique):
“A proposta do Comitê Central da Geórgia quanto à suposta precipitação da unificação e à preservação da independência foi unanimemente rejeitada pela Plenária do Comitê Central.
Diante dessa unanimidade, o representante do Comitê Central da Geórgia, Mdivani, foi obrigado a abandonar sua proposta. A proposta dos membros da comissão — Stálin, Ordzhonikidze, Myasnikov e Molotov — de preservar a Federação Transcaucasiana e incorporá-la, juntamente com a RSFST, a Ucrânia e a Bielorrússia, à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), foram aprovadas pela Plenária sem qualquer emenda.
O texto da resolução será encaminhado por Ordzhonikidze. O Comitê Central do PCU(B) não tem dúvida de que suas instruções serão cumpridas com entusiasmo.”(17)
2) Telegrama de Lênin de 21 de outubro de 1922:
“Estou espantado com o tom indecoroso do telegrama assinado por Tsintsadze e outros, enviado a mim por intermédio do camarada Bukhárin, e não por um dos secretários do Comitê Central.
Estava convicto de que os desacordos haviam sido resolvidos pela decisão da Plenária do Comitê Central, com minha participação indireta e a participação direta de Mdivani.
Condeno enfaticamente sua mentira contra Ordzhonikidze e insisto que submetam sua divergência de forma decente e leal para que seja resolvida pelo Secretariado do Comitê Central, ao qual estou enviando sua mensagem. (Lênin)”(18)
O desviacionismo nacionalista georgiano emergiu durante o período da Nova Política Econômica (NEP), constituindo-se como um grupo oportunista de direita que havia recaído em posições mencheviques tanto na questão nacional quanto nas questões gerais de política.
O desviacionismo nacionalista georgiano não emergiu como reação ao nacionalismo grão-russo, mas, antes, como expressão de um nacionalismo georgiano agressivo, que se voltava fundamentalmente contra as nacionalidades não-georgianas da Transcaucásia — em especial contra os armênios.
Esse desviacionismo nacionalista visava explorar as vantagens geográficas e econômicas da Geórgia, favorecidas pela posse de centros estratégicos como Tíflis e Batumi. Assim, os desviacionistas nacionalistas, ao reivindicarem a separação da federação, buscavam estabelecer e expandir privilégios para os georgianos em detrimento do Azerbaijão e da Armênia soviéticas, e ainda mais às custas das minorias nacionais, tais como abecásios, adjarianos, ossétios, armênios, entre outros.
Os desviacionistas georgianos travaram uma luta tenaz contra a concessão de autonomia às minorias nacionais dentro da Geórgia. O então Comitê Central e o Comitê Revolucionário da Geórgia — compostos por figuras como Polikarp Mdivani, Sergey Kavtaradze, M. Okujava, K. Tsintsadze, entre outros — empenharam todos os esforços possíveis para obstruir a autonomia da Ossétia do Sul, da Adjária e da Abecásia. É preciso ressaltar que a autonomia dessas repúblicas foi finalmente conquistada e implementada apesar da resistência obstinada da maioria desviacionista que dominava o Comitê Central e o Comitê Revolucionário da Geórgia.
É fato amplamente reconhecido que um dos dirigentes desse desviacionismo, Polikarp Mdivani, votou contra a inclusão da cidade de Tskhinvali na Região Autônoma da Ossétia do Sul. Outro dirigente desviacionista, Sergey Kavtaradze, recusou-se a enviar uma mensagem de saudação ao Mejlis Vermelho da Adjária, em nome do Comitê Central e do Comitê Revolucionário da Geórgia.
Em seu desespero, os desviacionistas georgianos chegaram ao cúmulo de propor que o centro administrativo da Adjária não fosse a cidade de Batumi, mas sim as pequenas localidades de Khulo ou Kedy. (Risos na audiência.)
Portanto, a rejeição da Federação Transcaucasiana e a luta sistemática contra ela, por um lado, e, por outro, a oposição à autonomia das minorias nacionais da Geórgia — expressa na resistência obstinada à concessão de autonomia à Ossétia do Sul, à Adjária e à Abecásia — constituíam, em sua essência, a teoria e a prática nacionalistas do desviacionismo georgiano.
O desviacionismo nacionalista georgiano configurava um sistema relativamente complexo de concepções nacionalistas de caráter menchevique. É amplamente conhecido que os desviacionistas georgianos chegaram a tentar aprovar um decreto para “libertar” Tíflis — o que, na prática, significaria a expulsão violenta das nacionalidades não-georgianas, particularmente os armênios.
Outro fato revelador do caráter reacionário desse desviacionismo é o infame “decreto do cordão”, corretamente classificado como “monstruoso” pelo camarada Stálin, através do qual a Geórgia planejava isolar-se mediante barreiras em relação às demais repúblicas soviéticas. Houve ainda a proposição de um decreto sobre cidadania, segundo o qual uma mulher georgiana que se casasse com um homem de outra nacionalidade (ou seja, um não-georgiano) seria privada de seus direitos de cidadania georgiana. (Risos na audiência.)
Aqui estão os documentos:
1) Em 31 de março de 1922, foi expedido o seguinte telegrama, assinado pelo camarada Makharadze, presidente do Comitê Executivo Central da Geórgia, e por Okujava, vice-presidente do Conselho dos Comissários do Povo da Geórgia:
“Rostov-no-Don — ao Comitê Executivo, com cópia para o Conselho Central de Evacuação;
Novorossisk — ao Comitê Executivo, com cópia para o Chefe da Junta de Evacuação;
Vladikavkaz — ao Presidente do Comitê Executivo Central da República da Górska, com cópia ao Presidente do Conselho dos Comissários do Povo;
Batumi — ao Presidente do Conselho dos Comissários do Povo da Adjária, com cópias ao Presidente do Comitê Executivo, ao Presidente da Tcheca Transcaucasiana, ao Comissário do Povo para os Assuntos Internos da Geórgia, ao Presidente da Tcheca da Geórgia, ao Chefe das Ferrovias da República Transcaucasiana, ao Presidente do Comitê Executivo Central da Abecásia e ao Comissariado do Povo para Assuntos Exteriores da Geórgia:‘A partir desta data, as fronteiras da República Socialista Soviética da Geórgia estão formalmente fechadas; a entrada de refugiados em território georgiano encontra-se suspensa. Solicitamos com urgência que sejam expedidas instruções correspondentes aos órgãos competentes, bem como a confirmação de recebimento deste telegrama.’
2) Quanto ao decreto georgiano sobre ingresso e permanência no território nacional, destacam-se os seguintes artigos:
Adicionalmente, estabelecia-se:
“A cidadania georgiana seria automaticamente retirada de qualquer mulher georgiana que contraísse matrimônio com um estrangeiro.”
3) Assim, o desviacionismo nacionalista georgiano revelou-se como uma manifestação agressiva de chauvinismo georgiano, abertamente proclamado, o qual, se não fosse combatido, teria transformado a Transcaucásia num cenário de acirrados conflitos interétnicos, reproduzindo as condições nefastas do período de domínio menchevique — quando as massas populares, incitadas por palavras de ordem reacionárias, foram arrastadas a confrontos fratricidas sob a influência da fúria chauvinista.
No seu informe sobre a questão nacional no 12º Congresso do Partido, o camarada Stálin descreveu o desviacionismo nacionalista georgiano da seguinte forma:
“Existe ainda um terceiro fator que dificulta a unificação das repúblicas em uma única união: o nacionalismo que persiste nas repúblicas individuais.
A Nova Política Econômica (NEP) não impacta apenas a população russa; ela também afeta profundamente as populações não-russas, estimulando o comércio privado e a indústria não somente no centro da Rússia, mas igualmente nas repúblicas nacionais.
Essa política econômica, juntamente com o capital privado a ela associado, nutre e fortalece as tendências nacionalistas na Geórgia, no Azerbaijão, no Uzbequistão e em outras regiões.
Se esse nacionalismo tivesse um caráter exclusivamente defensivo, talvez não fosse necessário dedicar-lhe tamanha atenção. Nesse caso, poderíamos concentrar toda nossa ação e luta contra o chauvinismo grão-russo, confiando que, ao derrotarmos esse poderoso inimigo, o nacionalismo anti-russo seria também suprimido.
Com efeito, grande parte desse nacionalismo constitui, de fato, uma reação ao chauvinismo grão-russo, funcionando como uma forma de autodefesa. Se limitasse a isso, o raciocínio de priorizar o combate ao chauvinismo grão-russo seria correto.
Contudo, o problema reside no fato de que, em algumas repúblicas, esse nacionalismo defensivo vem se transformando em nacionalismo agressivo, o que altera qualitativamente a situação.”(19)
Prosseguindo, o camarada Stálin exemplifica:
“Tomemos o caso da Geórgia. Mais de 30% da população georgiana é composta por nacionalidades não-georgianas: armênios, abecásios, adjarianos, ossétios e tártaros. Embora os georgianos sejam o grupo majoritário, desenvolveu-se, entre uma certa ala dos comunistas georgianos, a ideia perniciosa de que não haveria necessidade de considerar os direitos dessas nacionalidades minoritárias, por serem supostamente menos cultas e menos desenvolvidas.
Essa concepção constitui um exemplo flagrante de chauvinismo — um chauvinismo profundamente nocivo e perigoso — que, se deixado crescer, intensifica-se e ameaça transformar a pequena república da Geórgia em um verdadeiro foco de discórdias nacionais.”
Em diversas questões da política geral do Partido, os desviacionistas georgianos assumiram uma posição abertamente oportunista, recaindo no menchevismo. Na questão agrária e camponesa, os desviacionistas adotaram uma política de tipo menchevique e kulak. Resistiram obstinadamente à realização da reforma agrária bolchevique, alegando, formalmente, que não existia latifúndio na Geórgia, mas, na realidade, por consideração aos príncipes e nobres georgianos.
O Comitê Central e o Comitê Revolucionário da Geórgia, dominados pelos nacionalistas desviacionistas, retardaram e sabotaram a implementação da reforma agrária, e, embora o poder soviético já estivesse instaurado havia dois anos, a terra permanecia nas mãos dos latifundiários, príncipes e nobres.
Em 25 de janeiro de 1923, ao sintetizar os resultados da política agrária kulak levada a cabo pelos desviacionistas, o camarada Ordzhonikidze escreveu:
“Durante seus dois anos de existência, o Comissariado do Povo para Agricultura demonstrou completa ausência de compreensão acerca da situação real em nosso campo.
Caso contrário, como explicar que as maiores propriedades agrárias das regiões permaneçam intactas, e que os antigos príncipes e nobres sigam firmemente instalados em suas vastas terras?
Os latifundiários continuam vivendo em suas propriedades herdadas de seus avós, enquanto os camponeses permanecem, como nos tempos do czarismo, inteiramente dependentes de seus ‘bondosos’ senhores e príncipes.
Segundo o informe do camarada Shabanov, presidente do Comitê Executivo da Região de Borchalin, a situação nessa região não difere em nada:
Os velhos generais czaristas, os ex-príncipes abecásios e os Condes Kuchenbakh mantêm seus latifúndios intocados, chegando ao ponto de proibir que os camponeses abram estradas através das terras que consideram sua propriedade privada.
É profundamente vergonhoso que quase todos esses senhores estejam de posse de certificados especiais, emitidos por funcionários soviéticos corrompidos do Comissariado do Povo para Agricultura, os quais garantem a eles imunidade e posse inviolável de suas terras.
Quadro igualmente desolador é apresentado pelas regiões de Signakhi e Dushet, onde os mais ilustres príncipes abecásios — os Mukhranskys, os Andronikovs e os Cholokayevs — continuam a residir em suas mansões luxuosas, vivendo em opulência e escárnio aberto contra os camponeses e contra o próprio poder soviético.”(20)
Os desviacionistas georgianos defendiam abertamente uma posição oportunista de direita também nas questões relativas ao comércio exterior. É fato conhecido que os desviacionistas chegaram a exigir que as instalações petrolíferas de Batumi fossem desnacionalizadas e entregues, como concessão, à imperialista Standard Oil Company.
Sabe-se também que os desviacionistas nacionalistas olhavam para o Ocidente nas questões econômicas, sonhando com a importação de bens baratos de Constantinopla.
Os desviacionistas nacionalistas insistiam fortemente na abertura de um banco privado em Tíflis ou Batumi, como propôs o aventureiro capitalista Khoshtaria. Esse banco seria uma filial do Banco Otomano, na verdade um braço do capital anglo-francês.
Se essa orientação pró-Ocidente tivesse triunfado, teria transformado a Transcaucásia, e especialmente a Geórgia, em apêndice do capital estrangeiro.
Os desviacionistas georgianos também adotaram uma postura liberal e conciliadora frente aos mencheviques georgianos.
É notório que, no início da sovietização da Geórgia, foi concedida anistia aos mencheviques, os quais prontamente aproveitaram a ocasião para organizar uma luta clandestina e semilegal contra o poder soviético.
O Birô Caucasiano do Comitê Central do PCU(B), sob a direção do camarada Sergo Ordzhonikidze, traçou o objetivo de combater impiedosamente os mencheviques, tanto intensificando o trabalho ideológico e político contra sua influência, quanto adotando medidas repressivas contra os mencheviques contrarrevolucionários.
O grupo desviacionista opôs-se fortemente à tática de luta intransigente contra os mencheviques, e propôs, em seu lugar, uma política de “convencê-los pacificamente e reeducá-los”, tratando os mencheviques contrarrevolucionários como se fossem apenas “desvios”.
Para compreender plenamente a profundidade da degeneração dos desviacionistas georgianos em sua atitude liberal-conciliadora frente aos mencheviques, basta recordar que o menchevismo georgiano significou, ao longo de toda sua história, luta armada contra o poder soviético.
Desde sua origem, o menchevismo georgiano, dirigido por Zhordania, falsificou o marxismo e o adulterou em um nacionalismo burguês e em uma democracia burguesa.
Durante os anos da Primeira Revolução Russa (1905–1907), os mencheviques georgianos, aliados à burguesia liberal, lutaram contra a vitória da revolução democrático-burguesa e contra a ditadura revolucionário-democrática dos operários e camponeses.
Durante os anos de reação, os mencheviques georgianos constituíram a ala de extrema-direita dos liquidacionistas. Zhordania e os mencheviques georgianos repudiaram a demanda por uma república democrática, para preservar sua aliança com a burguesia. Foram os mais ativos “construtores” do Partido Operário de Stolypin.
Durante a guerra imperialista, os mencheviques georgianos foram os mais descarados defensores e sustentáculos do czarismo e da burguesia russa; ajudaram os sátrapas czaristas a desmantelar as organizações bolcheviques clandestinas.
Após a Revolução de Fevereiro, os mencheviques georgianos se posicionaram na questão da guerra em defesa de “uma luta até a vitória final” e se opuseram à concessão de independência à Finlândia e à Ucrânia, defendendo uma Rússia burguesa única e indivisível.
Os mencheviques georgianos foram os piores traidores e renegados do povo da Geórgia. Após a vitória da Grande Revolução Socialista de Outubro de 1917, romperam com a Rússia revolucionária, aliançando-se primeiro com o imperialismo alemão e depois com o imperialismo anglo-francês, e juntamente com os Dashnaks e Mussavatistas, transformaram a Transcaucásia em um campo de operações para intervenção estrangeira, promovendo a contrarrevolução da guarda-branca contra a Rússia Soviética — A aliança dos mencheviques com Denikin, Alexeyev e outros generais brancos para lutar contra o poder soviético.
Os mencheviques georgianos foram os mais vis traidores dos interesses do campesinato georgiano. Protegeram os príncipes e nobres georgianos da justa fúria revolucionária dos camponeses; reprimiram sangrentamente os levantes camponeses em Mingrélia, Gúria, Lechkhum, Kakhetia, Ossétia do Sul, Dushet e outras regiões; foram os executores da política agrária reacionária de Stolypin.
Os mencheviques foram os ideólogos e organizadores de todas as forças da reação — nobres, príncipes, clero e burguesia — contra o movimento revolucionário dos trabalhadores e camponeses da Geórgia. A “democracia” menchevique foi o último baluarte da ordem aristocrático-burguesa.
Os mencheviques desempenharam também o papel de organizadores da abominável política de nacionalismo chauvinista que semeou a discórdia entre as nações da Transcaucásia. Foram os mencheviques georgianos — os verdadeiros Purishkeviches da Geórgia — que fomentaram o banho de sangue, promovendo uma verdadeira campanha de violência contra as minorias nacionais da Geórgia: os ossétios, os abecásios e os adjarianos.
Foram ainda os mencheviques, em aliança com os Dashnaks, que organizaram a sanguinária guerra fratricida entre georgianos e armênios. Foram eles, juntamente com os Mussavatistas e os Dashnaks, os responsáveis diretos pelo infame pogrom de Shamkhor, dirigido contra os soldados revolucionários.
Mesmo após a vitória da revolução socialista na Transcaucásia e na Geórgia, os remanescentes do menchevismo georgiano, já derrotado, não interromperam, nem por um único dia, a sua luta reacionária contra a ditadura do proletariado e contra o comunismo. Sob a direção de Zhordania e Ramishvili, os mencheviques georgianos enveredaram por uma aventura sangrenta em sua luta desesperada contra o poder soviético.
Firmaram sua base social nas camadas reacionárias da sociedade — príncipes, nobres, comerciantes, membros do clero — e buscaram apoio político e financeiro junto aos imperialistas anglo-franceses e seus respectivos Estados-Maiores Generais. Em agosto de 1924, os mencheviques georgianos chegaram ao ponto de encenar uma insurreição farsesca contra o governo soviético na Geórgia — uma insurreição de opereta, fadada desde o início ao fracasso diante da firmeza da ditadura do proletariado.
Eis o que disse o Camarada Stálin sobre essa aventura menchevique de 1924:
“Nossos jornais descrevem os eventos na Geórgia como uma ópera cômica. E isso está correto, pois, em sua totalidade, a insurreição na Geórgia foi encenada e não uma revolta popular.”(21)
Os resquícios do partido menchevique contrarrevolucionário e fascista, dirigido por Noe Zhordania, haviam se vendido por completo aos imperialistas e intervencionistas estrangeiros, depositando todas as suas esperanças na guerra contrarrevolucionária e na intervenção militar contra a União Soviética. Esses elementos degenerados transformaram-se em simples espiões e agentes dos Estados-Maiores e dos serviços de inteligência das potências imperialistas, atuando como executores diretos dos interesses do fascismo e do imperialismo mundial.
E foi com esses monstros que os desviacionistas nacionalistas georgianos tentaram estabelecer relações amistosas!
Apesar da resistência encarniçada dos desviacionistas nacionalistas, o Partido Comunista da Geórgia — firmemente guiado pelo Partido Comunista da União Soviética (Bolchevique) — conseguiu esmagar definitivamente o menchevismo contrarrevolucionário, arrancando de suas garras os grupos de operários e camponeses desorientados que antes os seguiam.
A vitória do socialismo em nosso país, a consolidação da industrialização socialista, a construção vitoriosa do sistema de fazendas coletivas e o extraordinário progresso alcançado na indústria, na agricultura e na cultura — nacionais na forma e socialistas no conteúdo — selaram o fim do menchevismo na Geórgia.
Entretanto, é necessário ressaltar que isso não significa que, nas atuais condições de aguda luta de classes e enquanto o processo de eliminação das classes ainda estiver em curso, os resíduos do menchevismo não possam tentar ressurgir e se reativar em setores isolados da construção socialista.
A oposição desviacionista nacionalista georgiana encontrou apoio entusiástico e simpatia irrestrita nos círculos do menchevismo georgiano agressivo e chauvinista, sobretudo entre a intelectualidade pequeno-burguesa nacionalista.
Em diversas ocasiões, os mencheviques georgianos conclamaram os desviacionistas nacionalistas a intensificar a luta contra a ditadura do proletariado.
No período de 1927 a 1935, o desviacionismo nacionalista, fundido com o trotskismo contrarrevolucionário, degenerou-se completamente, tornando-se um instrumento mercenário do fascismo: uma quadrilha depravada e sem princípios, composta de espiões, sabotadores, agentes secretos e assassinos — uma horda furiosa de inimigos jurados da classe operária.
Em 1936, foi desmascarado um centro terrorista de espionagem e sabotagem trotskista, integrado por elementos como Polikarp Mdivani, M. Okujava, Sergey Kavtaradze, M. Toroshelidze, S. Chikhladze, N. Kiknadze, entre outros.
O centro trotskista georgiano atuava sob a direção e as ordens diretas do centro trotskista-zinovievista unificado, do qual constituía um ramo subordinado. Sua composição era formada exclusivamente por desviacionistas nacionalistas. Alguns de seus membros haviam sido previamente exilados por atividades contrarrevolucionárias e, ao retornarem, infiltraram-se no Partido sob disfarces oportunistas; outros eram trotskistas clandestinos que haviam escapado da detecção anterior.
Enquanto anteriormente os desviacionistas nacionalistas negavam obstinadamente qualquer ligação com Trotsky, agora está comprovado de maneira irrefutável que a sua atividade traiçoeira contra o Comitê Central do PCU(B), contra o camarada Stálin e contra a política nacional leninista-stalinista, era diretamente dirigida pelo bandido e traidor Leon Trotsky desde 1923.
Frente às provas reunidas pela investigação, os membros do centro contrarrevolucionário fascista-trotskista georgiano, bem como outros trotskistas presos, foram obrigados a confessar seus crimes abjetos contra o Partido, o Estado soviético e o povo da Geórgia.
Em suas confissões, revelaram um quadro monstruoso de suas atividades vis, traiçoeiras e destrutivas de espionagem, sabotagem e conspiração.
O objetivo principal desse centro trotskista, assim como o do centro terrorista trotskista-zinovievista unificado, consistia na derrubada do poder soviético e na restauração do sistema capitalista.
Apostando na futura derrota da União Soviética em uma guerra contra as potências imperialistas, os trotskistas dedicavam-se a enfraquecer deliberadamente a capacidade de defesa e a força econômica do Estado socialista, mediante espionagem, sabotagem e desorganização.
Seu plano criminoso incluía a separação da Transcaucásia — em particular da Geórgia — da União Soviética, para, com o apoio de todas as forças reacionárias e antissoviéticas, fundar um pseudoestado “independente” georgiano, sob o jugo protetor de uma das potências capitalistas.
Para realizar tal traição, os trotskistas georgianos, dirigidos por Polikarp Mdivani, aliaram-se às forças derrotadas dos partidos antissoviéticos — principalmente os mencheviques georgianos — e, no exterior, à figura ignóbil do traidor Noe Zhordania, mercenário dos imperialistas.
Os trotskistas desceram aos métodos mais vis e criminosos de luta contra o Partido e o povo, sabotando sistematicamente, desorganizando e espionando diversas esferas da construção socialista na Geórgia.
Esses traidores vis e assassinos — contrarrevolucionários trotskistas georgianos — tentaram vender o povo da Geórgia, em atacado e varejo, com o objetivo de transformá-lo em presa fácil dos tubarões imperialistas europeus. Seu plano era submeter a Geórgia e toda a Transcaucásia à situação colonial, lançando o povo sob o jugo sangrento do fascismo.
E essa escória desprezível, essa quadrilha raivosa de espiões, sabotadores e bandidos, desprovida de qualquer resquício de humanidade, ousava apresentar-se como “porta-voz” da nação georgiana!
Nosso Partido e nosso governo soviético, com mão de ferro ao estilo stalinista, destruíram esse antro de lacaios fascistas, limpando o solo soviético dessa podridão contrarrevolucionária.
Os bolcheviques da Transcaucásia atravessaram uma profunda e enriquecedora escola de luta contra o desviacionismo nacionalista. Após a derrota dos nacionalistas e desviacionistas nacionalistas, foi possível edificar uma sólida Federação Transcaucasiana — um instrumento soberano de paz entre as nacionalidades, de construção socialista conjunta e de renascimento econômico e cultural dos povos da Transcaucásia.
Em 1936, com a adoção da Constituição stalinista da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, a Federação Transcaucasiana foi dissolvida, e as repúblicas da Geórgia, do Azerbaijão e da Armênia passaram a integrar diretamente a União Soviética como repúblicas soberanas, com plenos direitos.
A abolição da Federação Transcaucasiana foi a consequência direta das grandes vitórias alcançadas pela linha geral do Partido, e particularmente pela aplicação consequente da política nacional leninista-stalinista. Representou o coroamento das conquistas históricas obtidas durante os anos da revolução e da construção socialista nas repúblicas transcaucasianas.
A Federação Transcaucasiana cumpriu seu papel histórico com êxito exemplar. Durante sua existência, as repúblicas da Transcaucásia transformaram-se em repúblicas industrial-agrárias desenvolvidas; o sistema de cooperativas agrícolas consolidou-se firmemente na agricultura da região; registrou-se um extraordinário progresso no florescimento da cultura nacional socialista; e formaram-se quadros bolcheviques nacionais, inteiramente devotados ao Partido de Lênin e Stálin.
O fortalecimento dos laços econômicos e culturais entre a Geórgia, o Azerbaijão, a Armênia e as demais Repúblicas, territórios e Regiões da União Soviética, fruto direto das vitórias da construção socialista, criou as condições objetivas para a dissolução da Federação Transcaucasiana e para a incorporação direta das repúblicas transcaucasianas à estrutura federativa da URSS.
A nova Constituição da União Soviética assegura não apenas a consolidação da amizade inquebrantável entre as nações da Transcaucásia, mas também o fortalecimento geral da fraternidade socialista em toda a União, pavimentando o caminho para novas e ainda maiores conquistas da política nacional de Lênin e Stálin.
Portanto:
(Aplausos prolongados e entusiásticos. Todos os presentes se levantam. O salão ressoa com gritos vibrantes: “Vida Longa ao Grande Stálin!” “Hurra ao Camarada Stálin!” “Vida Longa ao Comitê Central do Partido Bolchevique!”)
Notas de rodapé:
(1) Vladimir Lênin: Obras Escolhidas, Volume 16 — “Carta a Gorky”, página 328, Edição Russa. (retornar ao texto)
(2) Vladimir Lênin: Obras Completas, Volume 17 — “Sobre o Programa Nacional do POSDR”, página 116, Edição Russa. (retornar ao texto)
(3) Josef Stálin: Marxismo e a Questão Nacional e Colonial, página 03, Co-operative Publishing Society, Moscou, 1935. (retornar ao texto)
(4) Idem, página 50. (retornar ao texto)
(5) Em 1936, Polikarp Mdivani, S. Kavtaradze, M. Toroshelidze (e K. Tsintsadze em data anterior) foram desmascarados como inimigos do povo. (retornar ao texto)
(6) Josef Stálin: “Contrarrevolucionários da Transcaucásia sob a Máscara do Socialismo“, páginas 26–27. (retornar ao texto)
(7) Vladimir Lênin: Obras Completas, Volume 26 — “Telegrama a Sergo Ordjonikidze”, páginas 188–191, Edição Russa. (retornar ao texto)
(8) Stálin em Pravda Gruzti (A Verdade da Geórgia), 13 de julho de 1921. (retornar ao texto)
(9) Do Informe Estenográfico do Segundo Congresso das Organizações Comunistas da Transcaucásia, página 60, 1923. Publicado pelo Comitê Territorial da Transcaucásia. (retornar ao texto)
(10) Arquivos de História do Partido, Documento número 31, Folha 3, Atas do Pleno do Birô Caucasiano do Comitê Central do PCU(B), 2–3 de julho de 1921. (retornar ao texto)
(11) Informe Estenográfico do 12º Congresso do PCU(B), página 184, Edição de 1923. (retornar ao texto)
(12) Citação do panfleto Dez Anos da Federação Transcaucasiana, páginas 14–15. (retornar ao texto)
(13) Arquivos Históricos do Partido, Documento número 31, página 12. (retornar ao texto)
(14) Cf. Arquivos do Comitê Central do P.C.(b) da Geórgia, “Atas do Pleno do Comitê Central do P.C.(b) da Geórgia”, número 13, 15 de setembro de 1922. (retornar ao texto)
(15) Idem, Documento número 15, 21 de outubro de 1922. (retornar ao texto)
(16) Em 1936, R. Akhundov foi desmascarado como inimigo do povo. (retornar ao texto)
(17) Arquivos do Comitê Central do P.C.(b) da Geórgia para 1922.<(retornar ao texto)
(18) Arquivos da Seção de Tiflis da MELI (retornar ao texto)
(19) Stálin, O Marxismo e a Questão Nacional e Colonial, “Informe sobre os Fatores Nacionais no Partido e no Desenvolvimento do Estado”, páginas 156–157. (retornar ao texto)
(20) Sergo Ordzhonikidze: “Devemos pôr fim, de forma decisiva, às revoltas no campo” — Zarya Vostoka (Aurora do Oriente), número 182, 25 de janeiro de 1923. (retornar ao texto)
(21) Pravda, 23 de outubro de 1924. (retornar ao texto)
Notas de fim de tomo
(FT-10) Mussavatistas ("Mussavat"): Partido burguês-nacionalista turcomano, de caráter democrático burguês. Foi fundado em 1912, com o nome de "Partido Democrático Muçulmano" — Mussavat, que significa "igualdade". Seus fundadores eram representantes da burguesia e da intelligentsia turcomana: Mahammad Amin Rasulzade, G. R. Sharif-Zadeh, Abbasgulu Kazimzade e K. V. Mikailov. O programa do Mussavat estava impregnado tanto de pan-islamismo – ideologia dos khans, proprietários de terra e mulás muçulmanos que desejavam unir todos os povos professando o islamismo – quanto de pan-turquismo, ideologia que pretendia reunir todas as nacionalidades muçulmanas turcomanas sob domínio do Império Otomano. Durante a guerra imperialista, os mussavatistas apoiaram ardorosamente o czarismo. Um dos dirigentes do partido, Mahammad Amin Rasulzade, escreveu:
"Falando do destino de nossa terra natal comum, a Rússia, nós também, junto com todos os demais cidadãos, desejamos sinceramente sua vitória. [...] Durante esta guerra, as nacionalidades da Rússia se libertaram de toda dúvida, e por sua atitude sincera demonstraram possuir nobres propósitos e sentimentos de ardente patriotismo." (Jornal Achyg-Soyuz [Uma Palavra Clara]).
Após a Segunda Revolução Russa, em 1917, o Mussavat funde-se com o Partido Federalista Turcomano dos senhores de terras (bek) e adota o nome de Partido Federalista Turcomano Mussavat, exigindo autonomia para o Azerbaijão e a formação de uma república democrática russa baseada em princípios federativos. Entre 1918-1920, o Mussavat foi a principal força contrarrevolucionária no Azerbaijão, combatendo o poder soviético e o Partido Bolchevique. Em maio de 1918, organizaram um governo "independente" burguês-latifundiário, com sede em Gyandzheh, e travaram uma luta selvagem contra a Comuna de Baku, contando com o apoio dos turcos e, posteriormente, dos britânicos. Em 1920, a mando do imperialismo britânico, os mussavatistas forneceram ajuda militar direta ao exército branco de Denikin, lutando contra o Exército Vermelho. Ainda em 1920, os Mussavat e os Dashnaks organizaram uma guerra armênio-turcomana. Com o estabelecimento do poder soviético no Azerbaijão, o partido Mussavat foi desmantelado e perdeu toda influência. Os seus dirigentes emigrados tornaram-se espiçes a serviço dos Estados estrangeiros. (retornar ao texto)